O ritmo de implementação de Centros de Serviços Compartilhados tem crescido no Brasil. O principal objetivo estratégico para a adoção do modelo é a redução de custos nas organizações. É o que revela a segunda edição da Pesquisa de Maturidade de Centros de Serviços Compartilhados (CSC) brasileiros, realizada pela TOTVS Consulting. A nova edição foi lançada no dia 9 de dezembro em evento para convidados, realizado pela empresa em parceria com o IBEF SP.
No Brasil, estima-se que existam entre 120 e 150 empresas com Centros de Serviços Compartilhados. A segunda edição da pesquisa Pesquisa de Maturidade de CSCs contou com a participação de 99 empresas concentradas, em sua maioria, nas regiões Sudeste e Sul do País.
Na primeira edição da pesquisa, realizada em 2012, o objetivo estratégico para a adoção era suportar o crescimento das empresas, fator que ficou em segundo lugar no estudo deste ano, com 22%. Hoje, o principal motivador, com 30% das respostas, tem sido a redução dos custos administrativos para ajudar as corporações de todos os portes e segmentos a atravessar o atual cenário econômico. Segundo dados da consultoria, uma companhia reduz em até 50% seus custos com processos transacionais por conta dos ganhos de produtividade provenientes do CSC.
“Nossa leitura é que esses dados refletem o momento que o País está passando. As empresas buscaram reduzir despesas nos últimos anos, em função dos efeitos da crise, e esse mapeamento pode ajudá-las na busca por melhores práticas”, observa Charles Hagler, diretor da TOTVS Consulting.
Fernando Ebner, gerente sênior da companhia, chama atenção para os ganhos no aspecto do compliance, uma vez que a centralização tem entre seus benefícios a padronização de processos. “Isso torna o CSC mais apto a se adaptar às novas legislações e normas que o governo brasileiro impõe”. Um exemplo claro demonstrado na pesquisa, observa Ebner, está relacionado ao eSocial. 51% das empresas que têm CSC afirmaram que já estão preparadas para o novo componente do Sped.
O estudo mostrou que o ritmo de implantação de Centros de Serviços Compartilhados no Brasil cresceu. Desde 2008, são implementados cerca de dez por ano no país, o que reforça o modelo como ferramenta corporativa de gestão dos processos transacionais, agilizando, inclusive, a adaptação às regulamentações obrigatórias do governo. Neste mesmo período, houve um avanço na velocidade e eficiência da implantação dos Centros, já que o tempo médio de implementação reduziu de doze para oito meses.
Mudança de perfil
Outra descoberta da pesquisa foi a mudança no perfil das companhias que adotam o modelo. Nos últimos quatro anos, os CSCs implantados em organizações que faturam menos de R$ 1 bilhão representaram 42% do total. Isso significa que empresas de menor porte também estão conferindo vantagens com um Centro.
“Adotado, primeiramente, em grandes corporações, os Centros de Serviços Compartilhados se mostraram eficazes como ferramenta corporativa de controle administrativo, compliance e redução de custos, por isso, estão sendo implantados também por empresas de menor porte, principalmente aquelas com faturamento entre R$ 1bi e R$ 4bi. O resultado da pesquisa demonstra uma clara tendência de diminuição do porte das empresas com CSC”, revela o Denis Del Bianco, diretor da TOTVS Consulting.
Novas tecnologias
A segunda edição apontou ainda quais são as três tecnologias digitais com maior potencial de transformação do modelo de operação do CSC. Para 78% dos participantes do estudo, os aplicativos móveis (apps) são a tecnologia com maior potencial de mudança; enquanto que para 72% as ferramentas de analytics e big data serão as maiores propulsoras da transformação.
“Os entrevistados reconhecem a importância de ter uma solução para proporcionar mais agilidade e mobilidade, tanto no acompanhamento e aprovação dos workflows de atendimento, quanto na abertura e acompanhamento de chamados do CSC”, comenta Charles Hagler, diretor da TOTVS Consulting.
Maturidade
Outro indicador revelado é o aumento no nível de maturidade dos Centros brasileiros nos últimos anos. Em 2012, quando foi realizado o primeiro estudo, os CSCs das 50 empresas participantes tinham nível de maturidade de 3,3. Na pesquisa divulgada ontem, esse número subiu para 3,5.
“A diferença parece pequena, mas demonstra um desafio claro dos gestores de CSCs: evoluir os processos com frequência, de forma a manter a estrutura sempre atualizada e alinhada às principais tecnologias existentes no mercado. Para isso, é necessário analisar indicadores e repensar o modelo de serviço constantemente, buscando identificar, sempre, o que pode ser aprimorado”, afirma Denis Del Bianco, diretor da TOTVS Consulting.
Uma versão com os principais insights e recomendações da pesquisa será disponibilizada em breve no portal do IBEF SP, na área de conteúdo exclusivo para os associados.