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Recente deterioração nos países menos desenvolvidos traz preocupações para todos

Carlos Alberto Bifulco  – Publicado em 04/09/18 às 05:00

A recente deterioração da situação da economia de países menos desenvolvidos traz preocupações para todos. Fica a questão se existe perigo de contaminação na economia de nosso País.

A mudança de posicionamento dos Estados Unidos, em questões relevantes, trouxe grandes inquietações para a comunidade internacional. O protecionismo americano vem ocasionando sérias consequências para o vasto comércio daquele país com a China e, consequentemente, um reflexo no comercio de vários países integrados no fluxo de suprimentos. Está ocorrendo uma mudança substancial na equação de comércio de produtos e serviços no mercado internacional. O crescimento da economia norte-americana traz a necessidade de adoção de políticas monetárias mais rígidas pelo Federal Reserve (Fed) para conter a inflação. As taxas de juros começam a subir.

Quais as consequências para os países menos desenvolvidos? Com relação ao comércio de produtos e serviços, uma grande interrogação aparece. Como vão se estabilizar as parcerias comerciais no futuro? Por outro lado, no mercado financeiro, a chamada busca pela qualidade começa a aparecer claramente. Os investidores começam a procurar portos mais seguros, diminuindo a fluxo de recursos para os países menos desenvolvidos. As consequências para economias fragilizadas podem ser dramáticas, veja-se a situação da Turquia, cuja moeda depreciou cerca de 40% em curto espaço de tempo. Assistimos a incrível inflação que está acontecendo na Venezuela. Começam a aparecer sinais de deterioração na economia da Argentina.

Enquanto isso em nosso país, estamos observando uma disputa eleitoral acirrada e um governo em final de mandato. Temos uma proteção que nos vai blindar? Por enquanto, temos superávits comerciais com o exterior relativamente relevantes. As nossas reservas cambiais atingem mais de US$ 370 bilhões. Para controle do déficit fiscal, temos uma legislação que estabelece um teto de gastos para as despesas do governo e é só.

No lado negativo, tivemos sensíveis déficits fiscais que ocasionaram crescimento rápido da dívida pública em relação ao PIB. As reformas que poderiam adequar o tamanho do Estado estão paradas. Existe uma imobilidade em relação ao programa de privatização de estatais e venda de concessões públicas.

As medidas que tem que ser tomadas, para a correção de rumos, não são populares . Com isso não fica claro, para a comunidade de negócios, quais serão as efetivas ações para correção dos rumos da economia que serão tomadas pelos políticos eleitos.

Ficamos à espera de pronunciamentos dos líderes políticos que possam trazer mais tranquilidade para a comunidade. Enquanto isso, observamos uma desvalorização crescente do real em relação às chamadas moedas fortes. Esperamos que esse fato possa acelerar uma volta para a racionalidade

Carlos Alberto Bifulco é Presidente do Conselho Consultivo da IBEF-SP

[email protected]

 

Veja o link / Fonte: https://www.dci.com.br/economia/vis-o-estrategica-da-nossa-economia-1.737537

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