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Trabalhando com Empresas Familiares e Profissionais

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Por Rubens Batista Jr., CFO da Martins Comércio e Serviços de Distribuição S.A.

Tive a oportunidade de trabalhar com empresas de controle definido de diferentes origens e estágios. Poderia classificar tais empresas em cinco grupos:

(1) Empresa que significava para a família um meio de sobrevivência. Uma plataforma para realização dos objetivos da unidade familiar;
(2) Empresa herdada;
(3) Empresa de capital aberto e controle familiar;
(4) Empresa de capital aberto e controle de um family office ou holding familiar;
(5) Empresa construída por empreendedor.

Em termos de faturamento, tais empresas variavam de milhões a bilhões; em termos de cobertura, tanto regional como nacional; e em termos de clientes, serviam desde pessoas físicas (B2C) a pessoas jurídicas (B2B).

A experiência formada foi muito ampla e rica. Adicionalmente, permitiu-me eliminar preconcepções erradas. A principal é aquela de que empresas de controle definido, controladas por famílias ou indivíduos, seriam, invariavelmente, não profissionais.

Quando pensamos em profissionalismo, somos remetidos aos seguintes elementos: conformidade técnica, prática, habilidades, padrões de conduta e retorno financeiro.

Nesse sentido, empresas profissionais são aquelas que se orientam pelo conjunto de elementos acima, aliados a práticas de governo que garantam sua perenidade e a consecução de seus objetivos.

Governo tem relação com direção e controle. E uma empresa conta com um conjunto de orgãos internos e externos que formam as bases de governo:

(1) Acionistas ou Sócios
São os portadores do poder econômico, sendo os proprietários da empresa.

(2) Estatuto ou Contrato Social
Trata-se do documento que estabelece seus objetivos, forma de governo e regulamento.

(3) Representantes dos Acionistas
São aqueles por eles nomeados para conduzirem os negócios da empresa, que podem ser Conselheiros (caso haja órgão de Conselho de Administração) ou diretamente a Gerência.

(4) Gerência
Representa o órgão formado por aqueles que gerenciam ou dirigem uma empresa, seja por indicação dos acionistas ou seus representantes.

(5) Órgãos Internos de Assessoramento/Aconselhamento
Tratam-se de órgãos que assessoram e aconselham os representantes dos acionistas ou a gerência. Um exemplo é o Conselho Consultivo.

(6) Legislação e Regulamentos
Representado pelo conjunto de leis e regulamentos produzidos pelo poder Legislativo.

(7) Órgãos Externos Reguladores e de Supervisão
Representam os órgãos ou instituições responsáveis pela garantia que as leis e regulamentos estão sendo cumpridos.

O que tais órgãos buscam garantir é que haja transparência e isenção no processo decisório, e que os responsáveis (pelas decisões) sejam imputáveis. Adicionalmente, a existência de conflito entre o poder econômico (interesse financeiro) e o poder político (gestão, decisório) é, de certa maneira, positivo. Governança, afinal, tem por objetivo a otimização do desempenho de uma organização, tomando-se em conta o ambiente regulatório e de concorrência.

E, o que tudo o acima tem relação com a empresa de controle familiar? Apenas que não é o tipo de acionista que controla a empresa que define seu grau de profissionalização, e sim como tais acionistas conseguem segregar os interesses particulares daqueles da organização, ou ainda, o quão conseguem segregar a pessoa física da jurídica!

 

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