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Redução de custos e transformação digital geram mais eficiência às empresas

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Diante da crise originada pela pandemia do novo coronavírus (COVID-19), nas empresas a prioridade do CFO continua sendo reduzir custos. Contudo, o cenário levou para uma busca por como transformar o negócio, procurando ter mais eficiência para investir no que importa. Com o tema Redução de Custos em TI como Alavancagem da Inovação, o IBEF-SP realizou webinar em parceria com a Rimini Street para falar sobre como as empresas têm implantado essa transformação e inovação em seus negócios. 

Segundo Edenize Maron, General Manager da Rimini Street LatAm, mais do que nunca a área de tecnologia tem um papel fundamental nessa transformação. “Vivemos em um contexto onde 90% dos recursos gastos são para manter ‘as luzes acesas’ e apenas 10% para transformar o negócio”. Ela diz ainda que muitas empresas estão migrando para a computação em nuvem como início desse processo de transformação, porém não se pode ignorar anos de investimentos massivos em tecnologia para a sustentação das operações.

É neste cenário onde a Rimini Street vem ajudando empresas, fazendo com que elas possam estender o investimento dos seus sistemas legados. A Rimini Street atua no mercado de suporte independente que, segundo o relatório Gartner Predicts 2020, deve crescer 200% nos próximos 2 anos. “Cortar custo para suportar a inovação e mudar o negócio fazem parte da transformação, e não fazer nada não é uma opção. Por isso, a parceria entre CFO e CIO para fazer cortes drásticos no orçamento é fundamental”, destaca Edenize. 

Pensando nessa redução de custos, a Solví traçou um planejamento que resultou na criação de um Centro de Excelência (COE) dentro da estrutura do Centro de Serviços Compartilhados (CSC). Ricardo Nogueirão, diretor-executivo do CSC da empresa, que atua no setor ambiental, destaca que a área de TI faz parte do centro de serviços, e suporta tanto internamente, nas demandas dos processos de negócios de backoffice, quanto externamente, pensando nas necessidades de seus clientes, na geração de valor, etc. “No começo de 2018, vi latente a necessidade de inovação dos processos. Tínhamos um centro muito operacional, e uma das estratégias traçadas foi a economia para investir no CSC”. 

O objetivo da redução de custos foi justamente para subsidiar projetos de eficiência operacional, conta Nogueirão. “Começamos com a implantação de tecnologia de RPA [Robotic Process Automation, ou automação de processos robóticos]. Isso foi um divisor de águas, pois além do elemento da inovação, todo o mindset do time foi trabalhado”, complementa. Ele disse ainda que a companhia tinha uma necessidade de melhorar seu processo de gestão fiscal, principalmente de tax compliance, e para mitigar riscos tributários e capturar eficiência foi desenvolvido um projeto amplo de revisão fiscal e implantação do modelo de escrituração fiscal automática, conhecido como inbound e outbound. “Começamos a gerar valor aos clientes a partir dessa área, levando automação e buscando mais eficiência”, destaca Nogueirão.

Agenda de inovação – Compartilhando um pouco da sua experiência nesse processo de inovação, Alexandre Quinze, CIO da Vedacit, empresa que atua na área de construção civil, diz que a companhia possuía há alguns anos investimento em um software de gestão, mas queria se transformar, traçando assim um planejamento estratégico que passava por melhorar o nível de serviços, estabelecer um relacionamento business-to-business, inovar, experimentar outros modelos de negócio, e criar inovação nos próprios produtos. “Buscamos investir nesses pilares, e tivemos uma melhoria, criando uma agenda de inovação aberta”, destaca. 

Através da área de inovação, a Vedacit criou ainda uma aceleradora que investe em startups do ramo da construção civil, levando tecnologia para esse mercado na forma de serviços. “Construção civil é um dos setores menos avançados em transformação digital e inovação, e queremos trazer tecnologia para melhorar esse setor e, também, a saúde das edificações”, complementa. Com uma agenda de open innovation, a Vedacit se propôs a criar uma empresa de tecnologia focada na construção civil e oferecer tecnologia em forma de serviços, fazendo com que a cadeia seja mais eficiente. “Todos os executivos da empresa estão focados nessa transformação”, destaca Quinze. 

Pessoas – No que diz respeito à mudança de cultura nas pessoas, Alexandre Quinze complementa dizendo que o processo de transformação da Vedacit iniciou na área comercial, passando pela área de transporte, e agora está no backoffice e na indústria. “A Vedacit, inclusive, buscou profissionais terceirizados para mesclar com seus profissionais internos. Estamos criando uma cultura sólida, trazendo pessoas de fora e mantendo o respeito pela tradição”, destaca. 

Já Ricardo Nogueirão ressalta que ainda há um desafio na Solví, que é o de mudar  o foco da equipe de TI, que ainda tem uma dedicação muito ao operacional, para um foco maior em inovação. “Estamos em um caminho muito alinhado, e com o passar do tempo vamos nos dedicando mais à inovação. Assim, nosso foco migrará para a estratégia e desenvolvimento de novas soluções. O papel do profissional de TI será cada vez mais voltado para geração de valor, buscando novas alternativas e eficiência operacional para o negócio”, avalia.

Crise – A crise da COVID-19 acelerou os processos de servitização da Vedacit. Agora, o CIO passa menos tempo em manutenção e mais tempo trabalhando para inovação, diz Quinze. “O posicionamento da Vedacit diante da crise foi manter a saúde do grupo, e a saúde financeira da empresa. Não fizemos redução no volume, e colocamos o caixa em quarta prioridade, contando com o suporte de nossos acionistas”, diz. 

A Solví também sentiu os impactos da crise e teve que fazer mudanças, mas a empresa privilegiou a segurança das pessoas como prioridade máxima, realizando ajustes com apoio das medidas governamentais para preservar o caixa da empresa. “Fomos também afetados, principalmente pela indústria, e todo os nossos negócios voltados para esse segmento também foi impactado”, conta Nogueirão. “Reagimos rápido para minimizar os impactos”.


Conjuntura econômica – Toda essa transformação digital descrita foi acelerada por uma crise que acabou impulsionando as empresas a buscarem mais eficiência. Paula Moreno, diretora da Alfa Asset Management, destaca que o panorama atual já está melhor, comparado com o início da crise, e segundo sua análise sobre o contexto da crise, a melhoria é devida a uma resposta rápida dos governos e dos Bancos Centrais mundiais. “Vimos um aumento dos balanços dos Bancos Centrais, que anunciaram medidas para comprar títulos públicos, títulos de dívida corporativa, até ações. Além disso, houve uma redução grande dos juros globalmente”.

Do ponto de vista fiscal, houve um aumento das medidas para fazer compensação da perda de renda da população, apoio às empresas, etc., explica Paula. “Tivemos, no Brasil, medidas fiscais da ordem de 6% do PIB. Ou seja, houve muita liquidez no sistema e juros muito baixos”. O retorno em maio já é percebido, com retomada em alguns setores, destaca Paula, devido à reabertura da economia. “Vemos um consumidor ainda cauteloso, há endividamento das empresas, e a população tem uma propensão maior a ter mais poupança”. Ela diz ainda que há riscos decorrentes das eleições dos Estados Unidos, de uma possível segunda onda do coronavírus, e ainda de um “novo normal” pautado por baixas taxas de juros e crescimento reduzido. “Estamos trabalhando com um cenário de recuperação forte, que começou em maio e vai até outubro”. 

Paula destaca que a melhoria no câmbio e a retomada de agenda de reformas do governo brasileiro, incluindo a Reforma Tributária, serão pontos positivos na economia real. “Esse ano, no início de abril, tínhamos projeções muito negativas. Hoje, os dados mostram projeções de queda de PIB da ordem de 6%. Para 2021, trabalhamos com crescimento de 2,5% do PIB. Mas temos que fazer o dever de casa”. Com a recuperação do país, Paula acredita que boa parte dos investimentos v para o setor de tecnologia. “Tem muito dinheiro represado, e ele será destinado à economia real, a bons projetos. Todo mundo está tentando entender a área de tecnologia, não só dentro do setor financeiro como também em outros. Tecnologia e inovação terão muita demanda”, complementa.

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