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O corpo fala – mas nem sempre o que gostaríamos de dizer

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Os erros de linguagem corporal que podem prejudicar sua apresentação
Por Eduardo Adas, sócio-fundador da SOAP.

Manter os braços cruzados, dar as costas ao público, mexer incessantemente no cabelo. Atitudes que podem passar a impressão errada ao seu público sem que você abra a boca para dizer qualquer palavra.

Segundo David Brooks, autor de O Animal Social, 90% da comunicação emocional dos seres humanos é não verbal. Por isso, em qualquer apresentação, você deve estar atento a essa “fala sem voz”. Além de preparar bem um roteiro do que será dito oficialmente, faz parte do treino tomar consciência de como estão seu corpo, sua postura, seus gestos e movimentos. A linguagem corporal precisa te ajudar a transmitir a mensagem e não emitir sinais contraditórios.

A seguir, confira erros de linguagem corporal que podem prejudicar a sua apresentação:

Cara fechada
Um apresentador que não sorri não gera empatia. Sem empatia, é mais difícil fazer com que os presentes criem uma conexão com você e prestem atenção à sua mensagem. Se você tem dificuldade, a dica é mentalizar a atitude de sorrir e fazer um esforço para relaxar o rosto, eliminando a expressão sisuda. Um sorriso autêntico carrega carisma, energia e demonstra confiança nos outros e em si mesmo.

Olhar perdido
Você é daqueles que preferem olhar para o infinito, para o slide ou para o chão, evitando a qualquer custo o olhar da plateia? É hora de repensar. Sem olho no olho, as pessoas se dispersam porque sentem, inconscientemente, que você não fala com elas. Considerado um dos maiores coaches de comunicação do mundo, o americano Jerry Weissman criou uma técnica conhecida como P to P que consiste em olhar para uma pessoa de cada vez. Separe, mentalmente, a plateia em quadrantes e olhe, de tempos em tempos, para esses grupos.

Braços cruzados
Apesar de ser um gesto natural para algumas pessoas, você abre a possibilidade de o interlocutor interpretar, também inconscientemente, como isolamento ou desinteresse. Portanto, esteja atento para evitar essa postura e, sempre que possível, mantenha os braços paralelos ao tronco ou acompanhando a posição neutra das mãos (mãos na altura da bexiga, onde os dedos de uma mão seguram delicadamente os dedos da outra).

Mãos descontroladas
Por falar em mãos, parece um detalhe, mas elas fazem muita diferença na linguagem corporal. Há vários gestos a evitar. Elas não devem ficar nem estáticas, parecendo um robô, nem agitadas demais – tirar e colocar anéis o tempo inteiro e estalar os dedos passa a sensação de nervosismo. Mãos no bolso são permitidas, desde que você não passe a apresentação inteira sem tirá-las de lá. Apontar o dedo pode ser interpretado como imperativo demais, portanto evite. As mãos podem pontuar e enfatizar a sua fala. Se você vai falar de três passos, algo como início, meio e fim, é muito bem-vindo gesticular com as mãos.

Dar as costas
Dar as costas para o público faz com que você imediatamente perca a conexão. Mesmo se for para olhar o slide, fique de lado. Quando estiver de frente, mantenha o peito aberto, que sinaliza uma conexão com os presentes.

Corpo inquieto
Balançar o tronco como um pêndulo, para frente e para trás ou para os lados, atrapalha a audiência. Em vez disso, deixe seus pés no chão, na largura do quadril. Caminhe pelo palco mas pare por alguns segundos na mesma posição, neutra e presente. Atenção também para as manias que aparecem com o nervosismo: jogar o cabelo para os lados, morder os lábios, coçar o nariz, ajeitar a blusa.

Posta essa lista, como conciliar tudo sem perder a naturalidade? É preciso auto-observação, reflexão e presença.

A prática da meditação ajuda muito (você pode ler mais sobre isso clicando aqui). Também falamos sobre isso nesse post.

Outra recomendação é estudar outros palestrantes: como eles usam o corpo enquanto falam? O que me atrai, o que me afasta?

Por fim, treine, treine e treine. Espontaneidade é treino e muito trabalho árduo antes da apresentação. Acredite e use a comunicação não verbal a seu favor.

 

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