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IBEF Master Class: A inovação via ecossistemas vai além da associação com startups e é uma evolução da inovação aberta

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O IBEF-SP realizou a segunda edição da “Master Class” na qual especialistas em inovação discutiram sobre como os ecossistemas podem alavancar a inovação da sua empresa”. A live, promovida no dia 06 de outubro, teve como convidados: Fábio Farago, docente em ecossistemas de inovação, Luciana Villa Nova, docente em inovação e sustentabilidade; Betina Bellini, Consultora em Estratégia e Implementação da Inovação em PMEs; e Bruno Stefani, diretor de inovação global da AB InBev. 

Além da open innovation –Em sua introdução, Fábio Farago sugeriu que existe uma revolução na forma de se organizar e de se fazer inovação que é uma evolução do open innovation.

Nesse novo jogo, podem ser identificados dois tipos de ecossistemas. O de “comunidade”, no qual grupos de atores criam valor em uma determinada região ou espaço, e aquele de “estrutura”, no qual um grupo de atores colabora para materializar uma inovação focal. Nesse caso se enquadram cases como o de Google Android e o de Apple IOS. Segundo o docente, é preciso entender que atualmente a criação de valor não depende somente das empresas, mas de todo o ecossistema no qual estão inseridas. A vantagem competitiva depende da capacidade do ecossistema em criar valor, pois atualmente as concorrências são entre ecossistemas e não mais entre organizações.  

Sustentabilidade e inovação – Conceitualmente, segundo Luciana Villa Nova, o ecossistema é um conjunto de comunidades que interagem entre si e com o meio ambiente, construindo um sistema estável, equilibrado e autossuficiente. A speaker recordou, porém, que a evolução do tema sustentabilidade foi impulsionada em 2015 com a elaboração dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS da ONU. “A visão de ecossistema das empresas se ampliou e este impacto socioambiental precisa entrar na sua dimensão de inovação porque as soluções necessárias para resolver essa questão deixam de ser a redução do impacto, da mitigação do risco de imagem e o risco do investidor, passando pela responsabilidade de mudar essa lógica e pelo comprometimento com os ODS”, afirmou Luciana.   

O aumento do engajamento no tema sustentabilidade  aliado ao despertar para o fato de que as empresas não atuam sozinhas e não resolvem problemas sistêmicos sozinhas  traz à tona a necessária mudança de uma gestão de riscos dos desafios socioambientais para um vetor de inovação conjunto, no qual as soluções de inovação serão inovações em rede. “A demanda da existência das empresas nesse mundo ASG significa que ela não conseguirá mais sozinha fazer inovação. A rede de relação é inclusive com o competidor, porque todos usufruem dos mesmos sistemas e juntos é que conseguirão unir esforços para encontrar uma solução comum. Isso é uma agenda bastante evoluída de inovação”, explicou a docente em inovação e sustentabilidade.

Inovação sistêmica e ASG – Segundo Luciana, o ecossistema de inovação pode se ampliar, partindo de um estágio defensivo até atingir o estágio de liderança civil, na qual os desafios socioambientais passam a fazer parte da estratégia organizacional. “Incorporam-se os desafios socioambientais à estratégia da empresa, dando origem a inovação sistêmica que é quando os transformamos em diferencial da marca, do produto, em algo estratégico, no core business. O ecossistema de inovação vai se ampliando para muito além da mera associação com startups ou da open innovation”, afirmou a palestrante. 

Modelo de negócios e papel do CFO – Para Bruno Stefani, inovação é como a empresa gera novos negócios e atuação em ecossistemas tornou-se uma certeza. “Não é coincidência que as maiores empresas do mundo operam como ecossistemas de negócios”, destacou notando que é comum que esses players integrem dentro da sua plataforma diversas startups que complementam o seu negócio. “Talvez no Oriente estejam os modelos de negócio mais avançados. Estão anos-luz na nossa frente e o que vivemos hoje não é somente inovação de produtos, de serviços, mas uma inovação de modelo de negócio”, afirmou. 

Stefani comentou sobre o papel do CFO nos dois extremos. Existe aquela empresa bem estruturada na qual a questão da inovação já está resolvida, “pois o CFO entende que essa é uma área de novos negócios e uma máquina de fazer dinheiro”. Por outro lado, para as empresas menores ou que estão começando, disse acreditar que existe muito ceticismo sobre a inovação. “Às vezes a área que busca inovação não tem dinheiro e, nesse caso, não existe milagre. Ela não vai conseguir fazer um MVP, um novo negócio. Mas para o CFO que ainda está olhando para isso com ceticismo é possível começar pequeno, investir algum dinheiro e fazer testes rápidos e baratos. Acho que esse é um ponto importantíssimo e sobre o qual se deveria pensar”, frisou. 

Inovação para PMEs – Betina Bellini tratou das oportunidades e desafios para a integração nos ecossistemas de inovação das pequenas e médias empresas, que representam 99% dos negócios no país, 30% do PIB e geram 55% dos empregos. Destacou que nas PMEs o conceito de inovação ainda não é uma questão primordial, sendo as grandes corporações as “fortalezas da inovação”.  

Betina Bellini afirmou que o Brasil ocupa a 57ª posição no Índice Global de Inovação e que o país deve buscar melhorar o financiamento nessa área, fortalecer as parcerias entre governo, empresas e academia, além de estruturar políticas e priorizar a formação profissional para inserir as PMEs na agenda de inovação. Algumas iniciativas do Sebrae Nacional e do CNPq, como o Programa Agentes Locais de Inovação (ALI), promovem a prática continuada de ações de inovação para as PME e isso é fundamental, pois, afinal, elas são as responsáveis por mover o Brasil. “Ainda estamos muito abaixo do nosso potencial. Precisamos começar a pensar como é que nós – consultores, gestores, CFOs – podemos ajudar as PMEs a incorporarem no seu dia a dia o conceito de inovação”, concluiu.  

O vídeo da live, com todos os assuntos abordados, ficará disponível para acesso exclusivo dos associados do IBEF-SP. 

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