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CTs de Mercado Financeiro e Tesouraria e Riscos se reúnem para organizar evento conjunto

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As Comissões Técnicas de Mercado Financeiro e de Capitais e de Tesouraria e Riscos do IBEF-SP se uniram pela primeira vez para realizar uma reunião conjunta com seus membros. O objetivo foi discutir possíveis temas para um evento que será realizado em parceria pelas duas CTs no mês de agosto. “Desde março, a rotina na tesouraria mudou bastante e temos feito reuniões de update do mercado e desafios do dia a dia, como impactos na oferta de crédito em geral, liquidez, novos produtos, alteração nas condições financeiras das captações, etc.”, explica a líder da CT de Tesouraria e Riscos, Camila Abel Correia da Silva, que é também diretora de tesouraria e riscos da AES Tietê Energia.

Segundo ela, se unir à CT de Mercado Financeiro ajuda a pensar nos problemas em conjunto. “O momento é oportuno”, diz Camila. “A ideia é debater os temas aproveitando que as comissões reúnem os dois lados da mesa: o provedor dos serviços e as empresas representadas pelos tesoureiros”, complementa Rosangela Santos, líder da Comissão Técnica de Mercado Financeiro e de Capitais. “Temos passado por esse momento de enorme transformação e atuação dos players do mercado financeiro. Tecnologias trazem novos modelos operacionais, e as tesourarias vêm buscando soluções principalmente para gestão do fluxo de caixa e liquidez, investimentos atuais, e novo capex“, comenta.

A própria relação das empresas com a cadeia de valor ganhou maior destaque, demandando das empresas um olhar voltado ao ecossistema, diz Rosangela. “De um lado, empresas que talvez tenham dificuldade de acesso as linhas de crédito com os bancos precisam encontrar novas formas de relacionamento para continuarem seus negócios.  E de outro, os bancos tradicionais também estão se transformando”. A primeira necessidade é a de funding, mas os serviços continuam sendo importantes para a gestão financeira das companhias.

Financiamento e preços – O debate esteve centrado nas alternativas que as companhias tiveram para acessar crédito bem como a questão da escalada de preços, com spreads alargados pelas condições de mercado, e a influência do mercado de crédito secundário dos produtos de dívidas corporativas que, apesar de ter expandido nos últimos tempos como uma alternativa de investimento para os investidores em geral, permanece com liquidez limitada no mercado, impactando negativamente nos prêmios implícitos na negociações.

A alta volatilidade do mercado secundário gera uma série de consequências no plano de estruturação financeira de uma empresa, como restrições a refinanciamentos e novas captações, em função de reflexos causados por uma visão de curto prazo, mas potencializado na curva futura. Isso somado à piora das condições de prazos e garantias limitou as opções de financiamento repentinamente, em um contexto que estruturas menos preferidas em momentos bons de mercado tiveram, como de costume em crises, o seu valor ressaltado. Nesse caso, foi citado o FIDC como exemplo.

Os membros das comissões discutiram ainda sobre a estrutura de preço dos ativos. Os desequilíbrios nos volumes de oferta e demanda por crédito, no caso, menor demanda na perspectiva dos investidores, fruto do histórico de altos rendimentos auferidos pelo nível da taxa de juros base no país, e a cultura de investir em títulos públicos ao invés de incorrer em risco de crédito das empresas. 

Eles falaram também sobre a questão regulatória, jurídica e legal sobre os investimentos nos produtos de crédito. Os planos do governo para desenvolver produtos e equilibrar o mercado também fizeram parte da conversa. Aprofundar o tema sobre a dinâmica do mercado, drivers de precificação, ajudando no processo de evolução necessário através do debate das imperfeições com transparência para buscar as soluções, foi o caminho definido pela CT para os próximos eventos.

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