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Evolução do mercado de trabalho exige novas habilidades dos profissionais de finanças

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O novo ambiente de negócios, acelerado pela pandemia e a transformação digital, demanda uma nova mentalidade dos profissionais e líderes de finanças. Habilidades como adaptabilidade, empatia e colaboração em ecossistemas serão determinantes não só assegurar a longevidade na carreira, como também influenciar a empresa na transição para a nova economia.

Esses foram alguns insights da primeira live da série “People Journey – A Evolução do Mercado de Trabalho”, realizada pelo IBEF-SP em 23 de fevereiro. O evento teve participação de Christiane Aché, Diretora do Programa ABPW, Magali Leite, CFO da BP e VP IBEF Conecta, e Ronaldo Fragoso, Sócio líder de Alianças e Ecossistemas na Deloitte Brasil. A moderação foi conduzida por Ricardo Basaglia, Managing Director na Michael Page e VP do IBEF.

“Reskilling” mandatório – Os convidados compartilharam em seus exemplos pessoais a importância do chamado “reskilling” na carreira – incorporação de novas habilidades para acompanhar o mercado de trabalho.

Após uma longa e bem-sucedida carreira como executiva, Christiane Aché, fundou sua própria empresa há cinco anos, e observou durante a live: “Nenhuma das funções que eu havia escrito no objeto social naquela época é alguma coisa que eu faça hoje. Ou seja, em cinco anos eu consegui mudar e me adaptar de uma maneira incrível e me reinventar. E é o que precisamos”, observou Aché, que além de ser Diretora da ABPW é também Conselheira do IBEF-SP.

Chris ressaltou a importância de os financeiros estarem preparados para as profissões do futuro e notou que uma grande evolução no mercado de trabalho vem sendo catalisada, por exemplo, por fatores como a pandemia.

“O grande herói da crise de 2008 foi o CFO. Nós do IBEF, nadávamos de braçada. Só que agora esse profissional vai ter que mudar; ele não vai poder ser só CFO.Esse evento da covid-19 catalisou um movimento em que o CHRO (Chief Human Resources Officer) virou o grande herói. Então, o CFO também terá que colocar esse chapéu humano, estar atento às pessoas”, observou a Diretora da ABPW.

Mindset digital – Estar preparado para essa evolução do mercado também requer dos financeiros um mindset digital, complementou Magali Leite, CFO da BP – Beneficência Portuguesa e conselheira de diversas empresas. O desafio é complexo: é necessário reconfigurar o pensamento para entender o que está acontecendo e preparar a organização e os seus profissionais para esse novo momento.

“Primeiro, temos que encarar algumas realidades. Entre as principais delas, está a importância crescente da inteligência emocional. Isso é fato; irreversível. Porque o futuro do trabalho será muito mais colaborativo do que é hoje. Temos que ter consciência de que o talento individual é importante para vencer o jogo, mas quem ganha o campeonato é o coletivo”, destacou Magali. Ela reforçou ainda importância da diversidade e da inclusão nas organizações e da integração entre carreira e propósito.

A CFO também chamou atenção para o aumento da longevidade no país. Cada vez mais pessoas irão alcançar os 100 anos de idade e muitos executivos não têm isso no radar. A exemplo do que fez Chris Aché, Magali disse que já começou a se preparar para mais algumas décadas de carreira. “Muita coisa muda. Não sei se será viável, do ponto de vista físico, mas a ideia é: temos que estar preparados. E como faz isso? Mantendo-se antenado”.

Adaptabilidade e ecossistemas – Ronaldo Fragoso comentou que também passou por uma transformação na carreira. Com quase 35 anos de atuação no mundo corporativo, sendo três décadas dedicadas à área de auditoria e consultoria, nos últimos dois anos ele também passou por um processo de reskilling. Hoje exerce a função de sócio líder para ecossistemas e alianças na Deloitte.

A mudança teve muito a ver com a evolução do mercado de trabalho, e o impacto da tecnologia tem gerado para as pessoas e as empresas, notou Fragoso. “A melhor tecnologia, a melhor solução digital do mundo, se não tiver o componente de pessoas, não serve para nada. Um avião, por mais sofisticado que seja, se não tiver piloto e tripulação não voa. Então, é sempre um componente 50%-50%, metade tecnologia, metade pessoas”.

Fragoso acrescentou que as empresas mais valiosas do mundo, como Apple, Microsoft e Google, já aprenderam a trabalhar em ecossistemas e os trouxeram para modelos de negócios extremamente eficientes e exponenciais. Para ele, a capacidade de adaptabilidade e a criatividade para trabalhar a colaboração, com concorrentes e novos negócios como startups, será decisiva para esse novo mercado. “Esse é o segredo do jogo para nós, como pessoas e profissionais, e para nós, como empresas. Quem souber explorar isso terá êxito nessa evolução do mercado de trabalho”.

Inteligência emocional – Ricardo Basaglia, Managing Director da Michael Page, ressaltou a importância de os profissionais desenvolverem suas soft skills e inteligência emocional. Uma pesquisa feita pela empresa, que identificou que 91% das pessoas são contratadas por habilidades técnicas e demitidas por questões comportamentais.

O executivo destacou que hoje o profissional qualificado consegue ter um poder de escolha muito maior, fato que inclusive tem dificultado o processo de contratação por algumas empresas. “Há até uns cinco anos, basicamente o que um profissional analisava para entrar numa empresa ao receber uma proposta era o salário, o cargo e a organização. Hoje vemos profissionais indagando sobre propósito, valores e cultura da empresa. O trabalho é híbrido ou remoto? Quais são as pessoas com quem vou interagir? Então, definitivamente isso traz um desafio muito maior para a atração de talentos”, completou.

O vídeo da live, que contempla esses temas e outros relacionados ao trabalho híbrido, ficará disponível para os associados do IBEF-SP.

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