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Entrevista com Serafim Abreu: “O executivo de finanças precisa se reinventar”

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O novo diretor-presidente do IBEF São Paulo, Serafim Abreu Junior, conta neste bate-papo exclusivo sua trajetória no Instituto e revela suas perspectivas para a gestão 2019-2021. Ele foi empossado no cargo em cerimônia realizada no dia 26 de março.

IBEF-SP: Como começou a sua história com o IBEF São Paulo?

Serafim Abreu: Minha história com o IBEF começou em 2004, quando eu assumi uma posição na IBM em São Paulo, na área de preços. O Rodrigo Kede (atualmente gerente geral de serviços de tecnologia da IBM para América do Norte) já participava do Instituto e ele foi um grande incentivador para que eu também fizesse parte.

Ao longo do tempo, fui me aproximando do IBEF-SP. Ajudei muito o Rodrigo e o Walter Machado. Finalmente, quando o Rodrigo se tornou presidente do instituto, eu fui transferido pela IBM para o Rio de Janeiro, para suportar o banco IBM. Assim, fiquei três anos afastado da entidade, pois eu trabalhava na capital carioca. Quando eu retornei a São Paulo, procurei novamente o Instituto. Porém, mais uma vez a carreira me afastou, dessa vez fui para Salvador (BA) para montar uma empresa de serviços de tecnologia e processos pela IBM, fiquei lá por um ano. Na minha volta para São Paulo, eu já não estava mais em uma função financeira e assumi varias posições na área comercial e de serviços, no Brasil e na América Latina.

E como foi o seu retorno para o Instituto?

Foi há um pouco mais de três anos, quando eu recebi o convite para voltar para a organização de Finanças, nesse caso como CFO da IBM Brasil. Uma posição que eu sempre almejei na minha carreira na IBM. Não pensei duas vezes, mergulhei de volta no IBEF-SP. Um ano depois, fiquei muito feliz e honrado quando o Marco Castro me convidou para fazer parte da Diretoria Executiva em sua gestão.

Trabalhamos com afinco na transformação do Instituto, para trazer uma pegada mais moderna, tecnológica e dinâmica, de forma a conseguir distribuir o conteúdo, promover o desenvolvimento e o networking dos associados, de uma forma muito mais abrangente. Começamos essa jornada lá atrás.

E, agora, assumindo a presidência da Diretoria, eu pretendo dar continuidade a essa jornada de transformação do IBEF-SP, trazendo novos associados para contribuir também. Profissionais altamente reconhecidos pelo mercado e com cabeças e backgrounds diferentes, um time misto, bastante diversificado, para que possamos acelerar essa jornada de transformação.

O Brasil também está se transformando. Ainda estamos no início da gestão, mas poderia comentar as perspectivas e os principais desafios que a Diretoria enxerga para os próximos anos?

Temos muitos. A última Diretoria teve muitos desafios, sobretudo por conta da crise política e econômica que enfrentamos no nosso País.

Todos nós, como brasileiros, estamos muito otimistas com o que vem pela frente. Então, agora é colocar em prática o planejamento estratégico que realizamos no final de 2018. Nessa oportunidade, reunimos um time bastante interessante de associados, o Conselho, a Diretoria Executiva, e fizemos uma sessão profunda para replanejar o IBEF-SP para os próximos cinco anos, buscando sempre o que melhor represente os nossos associados, para que verdadeiramente eles se sintam em casa, na casa do(a) CFO, como carinhosamente gostamos de definir o IBEF-SP. O nosso trabalho agora é executar esse plano com criatividade e um pouco de ousadia.

Poderia comentar algumas das novidades que vêm por aí?

Temos várias novidades: o pilar de Advocacy, a Certificação do CFO, que são inovações muito importante para o futuro do Instituto… Na parte de Advocacy, o IBEF São Paulo sempre teve uma postura bastante passiva. Falamos de um Instituto que hoje tem mais de 1.000 associados e representa as maiores empresas do País, uma parcela enorme do PIB do Brasil está aqui representada, o que traz um poder e uma responsabilidade muito importante e um papel relevante na influência que o IBEF-SP tem na sociedade
e na economia. O objetivo é que os associados se sintam representados nessa jornada do Advocacy do Instituto, todos têm a oportunidade de contribuir. E que nós, como um grupo, como uma instituição, consigamos atuar e melhor influenciar para o bem do nosso País.

Para deixar uma mensagem final: como você percebe a transformação do executivo de finanças, em linha com as mudanças que acontecem na sociedade?

O executivo de finanças precisa se reinventar e estudar constantemente. Precisa ser um ser incomodado e tomar a posição de agente de transformação das nossas empresas. Hoje você não vale mais o que sabia; o nosso valor está sobretudo no que sabemos e na nossa capacidade de aprender. Então, o grande trabalho que faremos no IBEF-SP é, justamente, suportar os executivos de finanças nessa nova jornada: a jornada do aprendizado, da transformação digital, a jornada da transformação do nosso País. E que todos nós possamos ser mais influentes, não só para cuidar da retaguarda do negócio, mas muito mais importante, para poder desenvolver novos modelos de negócios e ajudar as nossas empresas e seus propósitos.

 

(Reportagem: Débora Soares)

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