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Diretoria Vogal: Brasil conquista espaço nas estratégias internacionais

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Diretoria Vogal: Brasil conquista espaço nas estratégias internacionais

O Brasil conquistou ainda mais espaço nas estratégias de médio e longo prazo de empresas internacionais. Várias seguirão investindo forte no país, inclusive neste ano. 

Essa foi um dos vários insights da reunião de março da Diretoria Vogal, fórum do IBEF-SP que reúne CFOs e CEOs de grandes empresas, para compartilhar perspectivas setoriais. O evento realizado no último dia 25, no restaurante Vasto, contou com o patrocínio da PwC e da SAP.

A Presidente do IBEF-SP e sócia da PwC, Luciana Medeiros, destacou a satisfação em realizar o primeiro encontro presencial da Diretoria Vogal no ano. Com a melhora consistente dos casos de covid-19 no estado, o Governo de São Paulo flexibilizou, por meio de decreto publicado em 17 de março, o uso de máscaras em todos os ambientes, com exceção do transporte público e unidades médico-hospitalares.

Luciana também deu boas-vindas aos novos associados e membros da Diretoria Vogal: Adriana Nunez, da Yara Fertilizantes; Marcelo Arantes, da Amchor; e Rafael Japur, da Gerdau.

Cibersegurança será grande tema no ano – Eduardo Batista, sócio e líder de cibersegurança e privacidade da PwC Brasil, apresentou os resultados da Pesquisa Global Digital Trust Insights 2022, realizada com 3,6 mil executivos. O estudo revelou que, para 77% dos líderes brasileiros pesquisados, as organizações se tornaram complexas demais para serem protegidas. Apenas 42% possuem uma estratégia corporativa ligada a cibersegurança e 25% afirmaram ter pouca ou nenhuma visibilidade desses riscos.

Reguladores dos mercados de capitais em diversos países buscam aprimorar as regras para a divulgação da gestão desses riscos e reportes de incidentes pelas empresas públicas. Um dos casos mais recentes é a consulta pública lançada pela SEC – Securities and Exchange Commission no último dia 9 de março, que deverá impactar companhias brasileiras listadas nos EUA. Como as novas regras tendem a gerar efeitos em cadeia, a cibersegurança, com a busca por simplificação de sistemas e otimização de custos, será um dos grandes temas na agenda dos CFOs em 2022, apontou Batista.

Abismo digital – Marcelo Cioffi, sócio líder de Mercados e Clientes da PwC, comentou os resultados da pesquisa “O abismo digital no Brasil”, feita pela companhia em parceria com o Instituto Locomotiva. O estudo concluiu que, embora 81% dos brasileiros acima dos 10 anos de idade acessem a internet, somente 20% possuem conexão de qualidade, recurso essencial para a educação e o desenvolvimento profissional. “Isso impacta não só as 830 mil vagas em aberto em tecnologia, mas todo e qualquer tipo de trabalho que necessita do estudo digital”, disse Cioffi.

Segundo a PwC, o investimento na qualificação digital dos trabalhadores pode adicionar pelo menos US$ 6,5 trilhões ao PIB global até 2030 e criar 5,3 milhões de empregos. Mas o abismo digital pode deixar o Brasil para trás na captura dessas oportunidades.

RODADA SETORIAL

Comércio eletrônico e fintechs

Nos últimos dois anos, 20 milhões de novos usuários foram adicionados ao comércio eletrônico no Brasil, informou Tiago Azevedo, CFO do Mercado Livre, eleito o CFO do Ano no Prêmio Equilibrista do IBEF-SP no ano de 2021. A companhia argentina de tecnologia, que oferece soluções nessa área e serviços financeiros, por meio da fintech Mercado Pago, dobrou de tamanho em 2020 e dobrou novamente em 2021.

¨O auxílio emergencial impulsionou a transição do brasileiro desbancarizado para as contas digitais¨, notou o CFO, ao destacar o forte crescimento da área de serviços financeiros. O Mercado Pago lançou no final de dezembro de 2021 a opção de compra, venda e reserva de criptomoedas – Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH) e Pax Dollar (USDP). Em apenas três meses, a plataforma somou 1 milhão de pessoas detentoras de criptos em sua carteira digital.

A companhia planeja investir muito no Brasil. Serão aportados R$ 17 bilhões em 2022 em áreas como CAPEX, estrutura, desenvolvimento tecnológico, marketing, comunicação e logística (hoje order fulfillment já representa 50% do negócio), informou Azevedo. A organização seguirá expandindo as operações de e-commerce, criptomoedas, serviços financeiros e logística, além de explorar oportunidades em conteúdo.

Com relação aos desafios, os impactos dos custos com inflação, taxa de juros e combustíveis (para malha logística), além do aumento da concorrência no setor. Um ponto observado por Tiago foi que a penetração do consumo online diminuiu nos Estados Unidos, com as mudanças no comportamento do consumidor após a retração dos casos de covid-19. Até o momento, no entanto, isso não foi observado no Brasil.

Setor de benefícios

O ano começou positivo para a geração de empregos, ressaltou Helio Barone, CFO da Alelo, empresa do Banco do Brasil e do Bradesco. A companhia atua fortemente em benefícios, soluções para RH, e possui uma linha de negócios de mobilidade, a Veloe, e a plataforma digital Pede Pronto. Trazendo dados da base de 120 mil clientes de soluções para RH da Alelo, Helio destacou que em 2020 as empresas reduziram seus quadros de funcionários em 1,2%. Em 2021, houve crescimento médio de 7%. E, no 1º trimestre de 2022, já se observa uma expansão de 6,6% nas contratações em relação ao mesmo período do ano passado.

A inflação crescente, que impacta todos os setores, não está sendo repassada para os benefícios dos trabalhadores, que estão perdendo poder de compra, alertou Barone. Há defasagem nos reajustes feitos para o ticket alimentação (cujo valor médio está abaixo de uma cesta básica), o ticket refeição e o auxílio combustível.

¨É algo para ser observado em um momento em que se tem tanto turnover nas empresas. Hoje, em média, o vale-refeição do usuário dura 23 dias. Ou seja, acaba antes do mês¨, acrescentou o executivo da Alelo. Hélio lembrou que os benefícios ao trabalhador apresentam isenção de encargos para as empresas, além de serem bem percebidos pelos funcionários. Do lado das oportunidades, com a mudança dos regimes de trabalho nos últimos dois anos, ele destacou o crescimento das soluções de benefícios flexíveis (que podem incluir auxílio home office, dentre outros).

Tecnologia

As empresas de tecnologia cresceram em dois anos o que esperavam para cinco, observou Glaucia Rosalen, CFO da Microsoft Brasil. Contudo, há consciência de que os elementos que levaram ao forte crescimento desde 2020 não assegurarão o mesmo ritmo de expansão dos negócios para o futuro.

Ciente disso, a Microsoft investirá cada vez mais no crescimento de novas linhas de negócios, a exemplo de “gamer” (jogos eletrônicos), que explodiu na pandemia e está atrelado ao consumo de uma série de produtos relacionados. A série “Halo” que estreou em 24 de março no serviço de streaming Paramount Plus, é uma adaptação de uma franquia de jogos de Xbox e bateu recordes de audiência. “É um segmento que para nós se destacou muito, junto às ferramentas de produtividade. Vemos um crescimento exponencial para o futuro”. Outra linha em que a empresa investirá muito é cibersegurança.

A escassez de mão de obra qualificada e alto nível de turnover, com talentos disputados não só no mercado local como global, continuam impactando as empresas de tecnologia. Para lidar com esses dois últimos desafios, a Microsoft tem investido em certificações profissionais. Do ponto de vista financeiro, há o impacto da volatilidade do dólar sobre os produtos indexados à moeda, mas cujo faturamento acontece em reais. “Sentimos que os clientes têm preferido modelos com estabilidade preços, ainda que eventualmente mais caros, para ter mais segurança no futuro”.

A CFO da Microsoft reforçou a mensagem de otimismo em relação ao País, do ponto de vista internacional. “O Brasil não é para ‘amadores’, possui seus desafios, mas estamos crescendo mais aqui do que colegas de outros clusters internacionais. Há muito espaço e todos nesta reunião falaram em oportunidades”. Glaucia reforçou que a companhia está trazendo muitos investimentos para o país, inclusive em segmentos inéditos. “Temos demanda para isso, que está vindo de fora do Brasil. Então, estamos muito felizes com a percepção do país pela companhia no exterior”.

João Batista Ribeiro, Vice-Presidente e CFO da Dell EMC, ressaltou que em 2021 a companhia rompeu a barreira dos R$ 100 bilhões, registrando o melhor ano de sua história, com crescimento de dois dígitos em todas as categorias. Com relação ao Brasil, o executivo disse que até o momento não foi observada queda de demanda no mercado corporativo e a procura continua aquecida para PCs.

“Isso tem a ver com o movimento da economia em ‘K’. Uma companhia nunca estará na parte de cima do K se não investir em tecnologia. Vemos empresas pequenas e médias correndo atrás, em busca de soluções e como melhor fazer esse investimento”, destacou o CFO da Dell EMC.

Sobre as oportunidades, Ribeiro reforçou a área de cibersegurança apresentou crescimento explosivo. “Há muitas empresas pedindo orientações sobre como fazer e onde investir, falta gente suficiente para atender essa demanda”, observou, ao contextualizar que com a mudança do regime de trabalho para o home office, diversos riscos de segurança cibernética se agravaram.

Com relação aos desafios, o CFO observou que a guerra em curso entre Ucrânia e Rússia levará o mundo a uma nova reconfiguração das cadeias de supply chain, ainda bastante concentradas. Outros temas que continuam no radar são: a escassez de componentes eletrônicos, aumento do custo logístico, volatilidade do dólar e o custo elevado de hedge com o aumento da taxa de juros.

Como demonstrou o estudo da PwC/Instituto Locomotiva sobre o abismo digital no Brasil, a falta de mão de obra qualificada é um problema sério, que leva o país a perder oportunidades. Ribeiro notou que a Dell firmou parcerias com Universidades na região Sul para enfrentar esse desafio, mas ainda há mais de 400 vagas em aberto. Esse cenário pode levar empresas de tecnologia a buscar os talentos que precisam hoje em outras nações. Para os CFOs, João frisou que a tecnologia segue como fundamental em importância, sendo um tema estratégico para aprendizado e investimento.

Mineração

A perspectiva é boa para os exportadores de commodities metálicas. Camila Abel, gerente geral de finanças da Companhia Brasileira de Alumínio – CBA, observou que a empresa do grupo Votorantim fez seu IPO em julho de 2021 e o preço da ação praticamente dobrou em relação ao valor da abertura.

Camila observou que a combinação de diversos fatores tem pressionado os preços das commodities metálicas. O primeiro são os estoques, que estão muito baixos há cerca de dois anos. Uma das causas para a maior escassez é o fato de a China, responsável por cerca de 60% da oferta e da demanda de alumínio, vir reduzindo sua capacidade produtiva, em razão das metas de descarbonização do país.

A Rússia, outro dos três maiores exportadores mundiais, se vê diante da falta de insumos em razão do isolamento político e econômico gerado pela invasão à Ucrânia, o que também impactará a produção. Há, ainda, a decorrente crise energética internacional, com diversos países buscando realizar investimentos em infraestrutura para diversificar suas fontes e diminuir a dependência de poucos atores globais. No médio e longo prazo, há várias macrotendências com potencial aumento da utilização do alumínio.

Todos esses aspectos impulsionam a alta das commodities metálicas, cujos preços dobraram em relação a 2021 (e podem ainda não estar no topo), e trazem oportunidades para o Brasil. “A CBA é uma das poucas companhias nesse setor integradas no mundo: mineração, transformação e produto”, disse Camila. Atualmente, a companhia tem uma parcela representativa de investidores estrangeiros. “Há uma demanda altíssima para investimentos nesse setor, considerando os diferenciais do Brasil em energia e a nossa cadeia integrada”, completou a executiva.

Capital humano

Fernando Andraus, sócio da consultoria de capital humano MAIO, ressaltou cinco setores que se destacaram em contratações nos últimos meses. Um deles é tecnologia. Andraus observou que as rodadas de captação para as empresas do setor estão acontecendo em intervalos mais curtos e com tickets mais altos. As rodadas maiores têm gerado demanda por executivos mais experientes.

Outro setor que se destaca é o do agronegócio. “É muito parecido com tech: há uma super demanda por management”. Continuam quentes os setores ligados a serviços de saúde e educação. Já o setor de desenvolvimento imobiliário, que se mostrou muito aquecido, já dá sinais de desaceleração.

Com relação aos perfis dos clientes que estão fazendo essas contratações, Andraus observou que metade está em grupos de controle familiar, que se preparam para mudanças na estrutura organizacional; mais de 1/4 são companhias de tech; e o restante são empresas listadas. Outro dado interessante é que mais de 40% dos atuais clientes da companhia estão fora de São Paulo. “Há muitas oportunidades para empresas fora de SP com faturamento na faixa de R$ 1Bi a R$ 4-5 billhões.”, destacou o executivo.

Com relação às posições de finanças, em especial CFOs, o sócio da MAIO notou que há grande busca por profissionais com perfil “porta para fora”, ou seja, vivência em operações de equity, debt e M&A. “A principal demanda é para profissionais com experiência e relacionamento com bancos e agentes de mercado”, notou Andraus. Com relação à remuneração, um movimento que acelerou é o de incentivos de longo prazo na oferta. O executivo destacou que dentro do cenário da economia em “K”, há companhias com processos decisórios mais lentos e outras que seguem crescendo e investindo muito. “Então, continuamos moderadamente otimistas”.

Construção e saneamento

Vivianne Valente, CFO do Grupo Tigre e Equilibrista eleita pelo IBEF-SP em 2019, contou um pouco sobre o momento da empresa, que é líder de mercado no segmento de tubos, conexões e materiais hidráulicos. Ela observou que o ano de 2021 foi encerrado de forma muito positiva para o segmento de construção civil. “A Tigre e todas empresas e fornecedores de matérias-primas tiveram resultados sensacionais”.

Com relação ao ano de 2022, Vivianne notou que há um impacto grande nos custos com mão de obra. “Tivemos um ciclo de inflação dos materiais de construção (com o aumento do custo de matérias-primas) no ano passado e neste haverá outro ciclo em relação à mão de obra”, ressaltou Vivianne, ao observar que o efeito inflacionário e o aumento de custos estão causando desaceleração, principalmente no varejo. No varejo de autoconstrução, em especial na faixa para a população de baixa renda, houve impacto significativo.

A perspectiva é que o setor de construção civil desacelere neste ano, impacto que já foi sentido nos últimos meses de 2021. Contudo o país apresenta grandes oportunidades no segmento de infraestrutura, com os leilões ligados a saneamento básico. “A expectativa do setor é que o investimento em saneamento triplique, eventualmente compensando a desaceleração no segmento predial”, disse a CFO.

No plano internacional, Vivianne observou que o cenário é positivo para as operações na Argentina, Colômbia e Paraguai. Há também boas perspectivas para os Estados Unidos, em razão da aprovação de um pacote de infraestrutura assinado pelo governo de Joe Biden, em 15 de novembro, que gerará US$ 550 bilhões em novos investimentos federais nesse setor ao longo de cinco anos. Atenta às oportunidades no mercado norte-americano, a Tigre já havia adquirido uma companhia local, a Dura Plastic Products, em abril de 2021.

Vivianne comentou sobre mais dois movimentos realizados nos últimos seis meses pelo Grupo Tigre. Em novembro de 2021, a companhia obteve o registro pela CMV de companhia de capital aberto na categoria B, que a habilita para emissão de debêntures. E, em fevereiro de 2022, O fundo de private equity Advent International comprou 25% do capital da Tigre por R$ 1,35 bilhão, o primeiro PE em 80 anos de história da companhia. “A Advent dificilmente entra em operações com uma participação acionária de 25%. Isso é prova da solidez da governança da companhia”.

Equipamentos para jardim e manejo florestal

A perspectiva positiva para o Brasil também foi apontada porRoberta Rosenburg, CFO da Husqvarna do Brasil, empresa sueca líder em equipamentos para manutenção de áreas verdes, cuidados com o jardim e manejo florestal. Ela observou que a marca, que ficou conhecida no Brasil pelas motocicletas, não atua mais com esse segmento no país, tendo se concentrado em equipamentos para floresta, jardim e construção. A empresa possui duas fábricas nacionais, uma em São Carlos (SP) e outra em Serra (ES).

Roberta contextualizou que no início da pandemia esse setor foi surpreendido, como todos, em razão da imprevisibilidade sobre o que viria a seguir. “Como estamos ligados ao mercado agro tivemos uma surpresa boa: houve uma alavancagem grande nos últimos dois anos”, ressaltou a CFO. Ela destacou que houve aumento de 50% no volume de vendas da companhia e no Brasil o crescimento foi de 100%. Com relação aos desafios enfrentados pela indústria, o aumento dos fretes internacionais e a elevação dos preços das commodities seguem como pontos de atenção.

A CFO destacou que nos últimos dois anos a companhia trouxe duas linhas de montagem da China para o Brasil. “Quando iniciei minha atuação, havia a possibilidade de fechamento das fábricas no Brasil. Conseguimos reverter essa situação e ainda trouxemos mais duas. Então, estamos em processo aumento de fábrica e expansão de pessoal. Tivemos que optar por um modelo híbrido de trabalho porque o escritório já não comportava mais todo mundo, e os funcionários adoraram a iniciativa”.

Hoje a filial no Brasil se tornou referência internacional em novos processos, automação de mão de obra e usos de robôs. Com relação às perspectivas para 2022, a percepção é de um ritmo de expansão menor em relação a 2021, acompanhando as mudanças no comportamento do consumidor em razão da pandemia. “Estamos crescendo, mas não no mesmo ritmo de 50%”, observou a CFO. A perspectiva é positiva para o país, sendo a América Latina um destaque entre os mercados emergentes.

Economia em “K”

José Cláudio Securato, Presidente do Conselho de Administração do IBEF-SP e CEO da Saint Paul Escola de Negócios, explicou o conceito da economia em “K”, que tem utilizado em suas análises nos últimos encontros da Diretoria Vogal. Após o início da pandemia, em 2020, surgiram diversas análises sobre como seria a curva de recuperação da economia brasileira. Algumas destas falavam em variações em “U”, outras em “V”.

O que se viu, pela antecipação da transformação digital provocada pela pandemia, é a capacidade de algumas empresas crescerem e se adaptarem com maior velocidade que outras. “A letra “K” ajuda a explicar. Na perna de cima, estão as companhias com mais acesso a capital, capital intelectual, mais visão estratégica para a transformação digital, capturando ativos digitais em escala e com mais margem. E na perna de baixo estão aquelas com dificuldade de acesso a capital, menor qualificação profissional e dificuldade de endereçar a transformação digital”.

Securato observou que quando uma companhia que está na parte de cima do “K” cresce, arrasta outras. “No fundo, mesmo que o PIB do Brasil apresente zero de crescimento, você verá companhias dobrando de tamanho ou se expandindo em dois dígitos. A frase ‘o ganhador leva tudo’ parece ser uma tendência pós-pandemia”.

Fórum qualificado

Responsável pelas considerações finais, Luis Felipe Schiriak, Vice-Presidente do Conselho de Administração do IBEF-SP e Equilibrista eleito pelo Instituto em 2006, ressaltou que a Diretoria Vogal é uma das “joias” do Instituto. “Não conheço nenhum outro fórum que, em duas horas, nos permita fazer uma viagem pela economia. Aqui está o pulso da economia. Sempre gostei e gosto cada vez mais”.

Ao resumir as falas dos painelistas, Schriak ponderou como o Brasil apresenta oportunidades e exemplos de empreendedorismo de classe mundial em diversas frentes, ainda que os desafios com logística, inflação, câmbio e falta de mão de obra qualificada permaneçam. Referindo-se ao resultado da pesquisa sobre o abismo digital no Brasil, o executivo reforçou a importância da educação como o grande motor de transformação e de mobilidade social no país, merecendo ser valorizada.

E no cenário de uma economia em “K”, Schriak resumiu bem a missão que os executivos de finanças têm à frente: “O desafio do CFO é ficar no andar de cima”.

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