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De auditor a CFO de uma multinacional, Ricardo Massa conta sua experiência em Mentoring do IBEF Jovem

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Ricardo Massa tem 41 anos e soma 22 anos de experiência nas áreas financeira, operacional e de auditoria. Formado Técnico de Contabilidade e em Ciências Contábeis, ele possui MBA pela FGV em Gestão de Estratégica de Negócios, além de diversos cursos de especialização nas áreas de finanças, de gestão e de educação executiva no Brasil e no exterior. Ele foi convidado do Mentoring do IBEF Jovem para compartilhar seu vasto aprendizado na carreira profissional. “Atuei por 13 anos na Deloitte, na área de auditoria, e estou há oito anos na GE, na área financeira, onde passei por diversos programas de desenvolvimento profissional”, contou. Casado e com dois filhos, ele compartilhou sua trajetória e destacou: “quanto mais você cresce na carreira, maiores são os desafios”.

Após 13 anos na carreira de auditor, Massa decidiu fazer algo diferente. Foi nesse momento que ele viu que era importante ter controle de sua própria carreira e tomar suas decisões. “Por muito tempo deixei a empresa gerenciar minha carreira. Decidi sair da Deloitte, mas não sabia procurar emprego, e comecei a conversar com pessoas. Assim que apareceu uma oportunidade na GE”. Ele entrou na empresa, na qual atua hoje como CFO da divisão de Grid Solutions na América Latina. Mas sua função lá iniciou na área de controladoria, em 2012. “Foi uma porta de entrada natural após ter atuado tanto tempo como auditor. Ingressei na GE, como controller para a América Latina e depois de um ano e 10 meses fui promovido a gerente financeiro de uma planta em Campinas. E hoje sou CFO do negócio de transmissão de energia, e gerencio um time de 65 pessoas”, disse.

Desafios — Sair da carreira de auditor depois de 13 anos foi um desafio para Ricardo Massa. “Meu trabalho era mais rotineiro, e quando optei por sair da zona de conforto, fui para GE para trabalhar em uma empresa multinacional, matricial e com negócios que eu ainda não conhecia muito bem. Minha missão foi participar da criação do centro de serviços compartilhados para área de contabilidade estatutária, tudo isso sem conhecer o negócio. Tive que aprender rápido sobre o mercado e os diversos negócios da GE, e como auditor, achava que sabia tudo”, compartilhou.

Quando entrou na GE, Ricardo Massa passou por um trabalho de mentoria para entender como as coisas funcionavam dentro do mundo corporativo. “Descobri que 80% do tempo você tem que fazer report dos 20% que você trabalha. E isso facilitou o entendimento de como trabalhar em empresas grandes, pois eu atuava em uma área que era apenas uma parte da engrenagem. Diversas pessoas fora do Brasil queriam falar comigo e saber como o centro de serviços compartilhados impactaria o negócio deles”, disse.

Ele ressaltou que em um momento de transição, é importante saber como navegar dentro da estrutura da sua empresa. “Você pode traçar sua carreira e determinar em que ponto quer chegar, mas é importante identificar o que falta, estudar, e se aperfeiçoar”. Ricardo Massa contou ainda que os contatos profissionais foi o que abriu as portas para ele na transição da carreira. “Sei que vocês ouvem muito falar em networking, mas é importante. Faz a diferença ter alguém que abre as portas para te receber”, disse.

Trabalhar com as pessoas — “Tive que me adaptar. Além de estudar sobre gestão e liderança, eu fazia um trabalho de observação, de como as pessoas interagiam no dia a dia. Fiquei mais tempo ouvindo do que falando para aprender a cultura da empresa em termos de comunicação entre pares e níveis hierárquicos diferentes”, contou Ricardo Massa. Depois de um tempo, ele teve que aprender a lidar com as diferentes culturas de outros países ao se reportar para times globais sobre como andava a operação na América Latina.

A pressão e cobrança por resultados não foi o maior dos problemas para Massa. “Na GE, eles me contrataram para resolver problemas específicos na área contábil. Apesar de não ter a experiência de trabalhar como executor ao invés de auditor, tinha que entregar resultado e não foi difícil. Uma vez que eu tinha o conhecimento técnico, faltava apenas soft skills. E eu pedi ajuda”, ressaltou. Ele deu a dica de entender dinâmica da empresa para poder saber como atuar da melhor forma possível. “Marcava reuniões, conheci os controllers globais de todos os negócios e criei uma rede de relacionamentos com que podia contar para desempenhar meu trabalho. A chave do crescimento profissional rápido foi identificar os stakeholders, quem estava gostando, e com quem tinha que tirar mais dúvidas e conversar mais”.

Aprendizado — Foi na GE também que ele se aperfeiçoou na carreira com cursos oferecidos pela própria empresa. “Fiz um programa de educação executiva da própria GE, de formação de líderes. Esse treinamento me proporcionou conhecer a empresa e as ferramentas de liderança voltado ao seu modelo, e aí viajei pelo mundo, fiz treinamentos nos Estados Unidos e na Itália. Pude conhecer outras empresas da GE e entender como as matrizes enxergavam os negócios na América Latina”, contou Massa. Como parte desse programa ele teve a experiência de estudar em Harvard. “Foi uma experiência única, a realização de um sonho”, contou.

Hoje, como CFO, “dedico às pessoas 120% do meu tempo, pois além do meu time, trabalho com a equipe comercial e de operações em um modelo de parceiro para o negócio”, disse. Ele destacou ainda que em sua posição tem muito conhecimento sobre mercado. “As empresas esperam que o profissional de finanças não olhe só para contabilidade, tesouraria, impostos, etc., é esperado que o profissional de finanças seja um business partner, focado na estratégia”.

Transição para CFO — Para chegar na posição atual, Massa destacou que passou por uma combinação de trabalho pesado, muito estudo, e relacionamento, que é um diferencial enorme. “Trabalhei e estudei muito, e estudar não é só fazer Pós, MBA, e sim se atualizar sobre as novas tendências, ferramentas e formas de trabalhar. O mercado é muito competitivo”, disse Ricardo Massa.

IBEF Jovem — O IBEF Jovem promove encontros de Mentoring, com o objetivo de incentivar o desenvolvimento da carreira, por meio do diálogo e do aconselhamento com líderes experientes.

(Reportagem: Bruna Chieco)

 

 

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