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CFOs de operações internacionais revelam seus temas prioritários em nova edição do IBEF Global

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Envolver os CFOs que atuam em operações globalizadas em temas que são comuns a todos os profissionais de finanças, mesmo que sejam de diferentes setores, foi o principal objetivo do encontro do IBEF Global realizado nesta quinta-feira (27), na sede da Deloitte, em São Paulo.

Na ocasião, o vice-presidente da iniciativa do IBEF-SP, Pierluigi Scarcella, que também é Business Director do grupo Ascensus, explicou que o evento marca o início de uma nova jornada para o novo IBEF Global, baseado em três pilares: inovação, transformação e globalização. Segundo ele, uma grande mudança do encontro exclusivo foi a participação apenas de CFOs. Mais da metade dos executivos presentes ainda não eram associados do IBEF-SP, o que fez com que uma base maior de CFOs fosse atingida para a transmissão de conteúdo relevante.

O evento contou com mais uma novidade. Em vez de trazer um palestrante para conduzir a apresentação sobre um tema, os participantes se dividiram em quatro mesas, cada uma com um facilitador, para discutir diferentes tópicos durante uma hora. Cada CFO falou suas impressões sobre o assunto que a mesa estava trabalhando e, ao final, todos chegaram a um consenso para apresentar as impressões do debate.

Inovação, transformação e globalização – Há 14 anos no IBEF-SP, sendo 6 anos como membro do IBEF Global, Pierluigi decidiu tocar o evento de forma diferente, pensando em formas de inovar, após assumir o comando do núcleo. “Eu e meus companheiros e membros do Comitê do IBEF Global, que atuam em empresas como Google, Microsoft, Dell, SAP, IBM, Amazon, BMW, Ciena, Page, conversamos sobre o novo formato”, disse o executivo. “Nos outros eventos, o networking funcionava parcialmente da maneira esperada. Dessa vez, queremos gerar mais experiência e conteúdo”, explicou.

Ronaldo Fragoso, diretor do IBEF-SP e sócio da Deloitte, também destacou que o novo formato permite aos executivos discutir sobre as principais preocupações de CFOs de operações globalizadas. “O debate de hoje ocorre no Ambiente Green House que a Deloitte tem no mundo inteiro e que foi constituído justamente para receber parceiros para refletir e trocar ideias”.

Ao apresentar o IBEF Global para o público, Pierluigi destacou que não é possível falar de Globalização sem antes iniciar  a jornada de Inovação e Transformação. “Nossa missão definida enquanto grupo é atuar de forma global e local. Por isso, fizemos uma seleção de temas e, em um ambiente colaborativo, cada um pode se sentir à vontade para discutir. Vamos compartilhar os temas mais importantes para tratar nos próximos eventos, mas os palestrantes hoje serão vocês”, disse Scarcella na abertura do evento. “Nosso objetivo é networking e conteúdo. É um aprendizado coletivo e queremos incentivar a colaboração entre os CFOs”, complementou.

A dinâmica – Para realização das discussões foram selecionados quatro temas: Principais riscos – externos/regulatório/estratégicos (mesa 1); Perfil do CFO e da equipe de finanças – hard e soft skills (mesa 2); Como mitigar diferenças culturais – armadilhas/como fazer a leitura/como se posicionar (mesa 3); e Como o CFO deve se posicionar no contexto global da sua organização? Qual a dedicação voltada para assuntos locais x globais? (mesa 4). Cada mesa teve meia hora para discutir com os facilitadores (table masters), captando as informações. Ao final, os representantes dos grupos apresentaram os resultados que cada mesa consensuou.

Inovação tecnológica e regulação – Na mesa 1, com o tema “Principais riscos – externos/regulatórios/estratégicos“, Kleber Douvletis, da Siemens Healthcare, destacou que fazer essa pergunta para um CFO é difícil, e o debate permitiu ao grupo ver quais riscos e oportunidades se mesclam. “Identificamos grandes temas que permeiam os riscos para o CFO que atua em operações globalizadas. Inovação tecnológica é um deles, pois novos modelos de negócios estão cada vez mais disruptivos e isso transforma a força de trabalho”.

Outro tema discutido pela mesa foi regulação, tanto trabalhista, como do ponto de vista fiscal ou financeira. “Isso é mais uma dificuldade local da complexidade que temos no Brasil”, disse Douvletis. O terceiro grande tema foi pessoas, transformação de gente e novas competências necessárias. A executiva do Goldman Sachs, Silvia Valente, destacou que a mesa debateu também a alta carga tributária no Brasil, que dificulta a competitividade, e a retenção de talentos.

Mudança de skills – Representando a mesa 2, João Paulo Faria, da Microsoft, disse que o perfil do CFO e da equipe de finanças foi tratado sob vários aspectos. Um deles é a formação do profissional de finanças, que sempre foi técnico, e a mudança desse skill com a transformação digital. “O CFO tem que ser transformado para usufruir da tecnologia, explosão de dados, devices e outros artifícios técnicos. Um bom executivo de finanças é o que se adapta à tecnologia, forma sua equipe e a empodera para que ele possa sair daquele espaço e trabalhar próximo ao CEO, CMO, estendendo sua agenda fora da empresa”, ressaltou. Ele disse ainda que o CFO está exercendo cada vez mais o protagonismo nas empresas.

Diversidade cultural –  Alessandra Segatelli, da Pearson Education, foi a representante da mesa 3, que debateu a lida dos CFOs de operações globalizadas com as diferenças culturais, já que o executivo deve tomar a frente de negociações com empresas do mundo todo. “Nosso grupo tinha executivos que atendem Europa, Estados Unidos, América Latina, e discutimos o equilíbrio entre a abertura do brasileiro e a postura para dialogar com cada pessoa de cada cultura”, disse. Para o grupo, é preciso estabelecer um ponto de confiança.

Ela ressaltou ainda que o CFO normalmente cai na armadilha de tratar o mercado brasileiro como muito diferente, mas é preciso explicar isso para quem é de fora com simplicidade e mostrar que o Brasil é um ambiente favorável para fazer negócios. “Conseguimos buscar caminhos e soluções gerando empatia. Nosso grupo também falou sobre diversidade, que já é natural na maioria das empresas e traz resultados positivos”.

Posicionamento do CFO – Discutindo como o CFO deve se posicionar no contexto global da sua organização e qual a dedicação voltada para assuntos locais vs. globais, a mesa 4, representada por Mario Janssen da BMW, destacou que o posicionamento principal é refletir sobre a importância da postura mais ou menos impetuosa, dependendo da relevância da empresa no contexto global. “O comportamento do CFO hoje é mais maduro e assertivo, não necessariamente tão otimista como foi no passado. O executivo de finanças tem acurácia, amadureceu bastante, e deve ter desenvolvido a potencialidade de passar isso de maneira inteligível, o que é absolutamente complexo no nosso dia a dia”, disse.

O grupo também debateu o desenvolvimento das finanças dentro das organizações e a amplitude para participar do negócio, que é diferente de outros países. “Foi uma discussão muito rica sobre nossa potencialidade, como financeiro, para negociar e levar solução com amplitude e, ao mesmo tempo, cuidando do compliance do dia a dia”, explicou Mario. A mesa também falou sobre o fato de que o CFO brasileiro não tem mais um posicionamento submisso. “O Brasil tem problemas, mas vários lugares têm problemas. Esse balanceamento de perspectiva mais igualitária traz uma visão de que temos oportunidades enormes que favorecem todas as nossas competências”, complementou Mauricio Pane, executivo da Basf.

Visão dos participantes

Após a dinâmica, a impressão que ficou para os participantes sobre o novo formato do evento foi totalmente positiva. Ricardo Massa, da GE Power, participou pela segunda vez de um encontro do IBEF Global e disse que a dinâmica com participação dos CFOs no lugar de um palestrante acabou agregando mais ao evento. “Nossa conversa foi de alto gabarito e todos os presentes deram bons exemplos e de interesse comum a todos. Esse formato de evento faz com que os participantes interajam mais”.

Ernesto Schlesinger, da Logicalis, também afirmou que o formato do evento está mais próximo do ideal para interagir com os participantes. “Executivos de vários mercados estão presentes, e isso enriquece o networking”.

Participando pela primeira vez de um evento do IBEF-SP, Mauricio Fernandes, da Mastercard, gostou da oportunidade de interagir com colegas de finanças e concentrar as discussões em grupos com representantes de empresas distintas e setores variados. “Percebi na discussão da nossa mesa que apesar de atuarmos em diferentes setores, os riscos para os CFOs globais são parecidos”, disse. Além disso, para ele, ver a apresentação dos outros temas debatidos foi importante, pois as preocupações de todos acabam sendo as mesmas. “Os temas abordados alcançam todos os CFOs, estão no nosso dia a dia”.

O facilitador da mesa 4, Mario Janssen, da BMW, destacou que o posicionamento dos CFOs na discussão foi muito participativo, e que o novo formato do evento trouxe muito valor agregado aos participantes.

Já Kleber Douvletis, da Siemens Healthcare, enalteceu o networking e a oportunidade de tratar de temas que o evento trouxe sob o ponto de vista de desafios para os CFOs no ambiente de negócio. “Também gosto do formato de palestras inovadoras e com bons insights, mas se for apenas isso, sem a participação dos executivos, perde-se a oportunidade de interação e geração de valor. Acredito que esse formato trouxe networking e aprendizado como palavras-chave”, ressaltou.

Outro participante que esteve pela primeira vez em um encontro do IBEF-SP foi Ricardo Eguchi, da Kion, que também trouxe uma visão positiva sobre o formato de debate e ressaltou que a troca de informação e de experiência foi muito relevante para que os CFOs presentes pudessem compartilhar como endereçam os temas em suas organizações. “Nunca olhamos para esses temas dessa maneira, mas o resultado foi muito importante para nossa atuação no dia a dia”.

Próximos encontros – O vice-presidente do IBEF Global demonstrou satisfação com o resultado do evento que, na sua visão, atingiu os principais objetivos: trazer somente CFOs de operações globalizadas e estimular a participação ativa. “É um modelo disruptivo. Acredito nessa troca, na economia colaborativa, inteligência emocional, networking genuíno, aprendizados e escuta ativa. Essa é a ideia do novo IBEF Global”, avaliou Pierluigi Scarcella. Ele destaca que que esse não será o único formato dos encontros daqui pra frente, mas que a iniciativa colaborativa deve ocorrer periodicamente. “Globalização é o nosso princípio e queremos CFOs dispostos a atuar com esse viés”.

 

 

(Reportagem: Bruna Chieco)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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