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CFO Forum 2017: “Mudar é difícil, mas não mudar é fatal”, destaca Leandro Karnal sobre evolução tecnológica

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Leandro Karnal, historiador

Em uma sociedade cada vez mais digital, é preciso ser curioso, construir, desconstruir e se reinventar, afirmou o historiador e filósofo Leandro Karnal, na palestra de encerramento do CFO Forum 2017.

O problema é que a transformação exige sair da zona de conforto, e não fomos formados para isso, observou o historiador.

O cérebro humano cria recompensas para voltarmos a situações que levam à repetição e ao hábito, ou seja, que geram menor consumo de energia para as conexões nervosas.

É por esse motivo que novas rotinas ou dietas iniciadas na segunda-feira dificilmente resistem ao fim de semana. Ou porque casamentos, após alguns anos, tendem a cair na monotonia. A formação de um novo hábito no cérebro pode exigir um esforço consciente de até 66 dias, apontam psicólogos.

“Mudar é difícil, mas não mudar é fatal”, destacou Karnal.

Palestra teve grande interação com o público

Impacto da tecnologia – A evolução tecnológica alterou profundamente a forma como as pessoas se comunicam e acessam o conhecimento.

O primeiro grande salto veio com a invenção da imprensa, no século XV. Através da máquina de impressão de tipos móveis criada por Gutemberg, a cópia de um exemplar da bíblia, que levava 7 anos para ser manuscrita, passou a ser produzida em 1 semana.

Com o advento do computador pessoal, no século XX, e a massificação do acesso à internet, na presente época, a circulação de ideias se tornou ilimitada.

Em poucos segundos, uma pessoa pode ter acesso a qualquer obra já produzida pela humanidade, com versões em texto, áudio e vídeo. Basta estar online.

A ferramenta molda o homem – A velocidade da comunicação também mudou. Pela primeira vez na história, as máquinas superaram os seres humanos em quantidade e velocidade de processamento de informações.

“Moldamos as ferramentas e as ferramentas nos moldam”, citou Karnal, referindo-se ao filósofo e teórico da comunicação Marshall McLuhan, autor da frase “o meio é a mensagem”.

Pessoas informadas e preparadas para a transformação digital terão mais chances de inserção, observou Karnal

Com o advento dos smartphones e das redes sociais, a comunicação passou a se caracterizar cada vez mais pela velocidade, impessoalidade e sínteses.

Um emoji – símbolo gráfico que representa emoções – é capaz de substituir uma frase.

As relações intergeracionais também estão se transformando. “Essa é a primeira geração da espécie humana em que os mais jovens têm mais domínio sobre as ferramentas tecnológicas do que os mais velhos”.

Construir-se e reconstruir-se é necessário – Portanto, nosso tempo e capacidade de aprender estão mudando. Mas a zona de conforto, uma das grandes invenções do cérebro humano, continua mandando mensagens de resistência à mudança.

“A zona de conforto pode ser o nosso principal inimigo, porque gera a sensação de sucesso e bem-estar, e nos faz manter as coisas como estão”, observou Karnal.

A velocidade da evolução tecnológica cresce exponencialmente, gerando incertezas sobre quais serão os desafios vindouros.

Executivos indagaram os impactos da tecnologia sobre relações pessoais e de trabalho

“O futuro é imprevisível. Não sabemos qual será o novo sistema de tecnologia predominante. Mas sabemos que as pessoas mais bem preparadas para a transformação digital terão mais chances de inserção nesse novo mundo”.

Os profissionais e empresas que tiverem a capacidade de se reinventar e reconstruir, estar atualizados e buscar novos conhecimentos, abrirão a possibilidade para um futuro mais positivo.

Várias organizações que dominaram 100% do mercado brasileiro no século passado já não existem mais, lembrou Karnal. Isso se relaciona à capacidade de transformação no compasso das mudanças.

“Sempre haverá alguém indo mais rápido do que você. Absorver novas informações e melhorar sua formação continuamente é a regra do jogo”. ”

Pensar sobre sair da zona de conforto é pensar sobre carreira, vida, felicidade e capacidade de se reinventar, acrescentou Karnal.

“Tem gente feliz na repetição, na mesmice, na zona de conforto. Por um lado, pode ser até positivo que permaneçam assim. Pois não há espaço para a vitória de todo mundo”, concluiu.

Marco Castro, presidente do IBEF SP, e Serafim de Abreu, CFO da IBM Brasil e vice-presidente do Instituto

IBM: Um século de transformação no Brasil

“Planejamos essa nona edição do CFO Forum juntamente com o IBEF SP para marcar os 100 anos da IBM no País. Uma empresa que continua se reinventando e se preparando para os próximos 100 anos”, afirma o CFO da IBM Brasil, Serafim de Abreu.

Completar 100 anos no Brasil, passando por períodos de reserva de mercado, regime militar, impeachments, não é para qualquer negócio. “Tem que ser, no mínimo, resiliente”, ressaltou o CEO da companhia, Marcelo Porto.

“É uma demonstração da coragem de se transformar e do nosso compromisso com a mudança e o futuro do País. Estamos há 100 anos ajudando a construir a história de tecnologia dessa nação. É um pequeno capítulo, mas fundamental para que possamos ter, cada vez mais, um Brasil rico em inovação. E foi a parceria dos executivos e empresas clientes da IBM que nos ajudou a escrevê-lo”, completou o presidente da Big Blue.

Marcelo Porto, CEO da IBM Brasil, destacou a importância da transformação contínua

 

 

 

 

 

 

(Reportagem: Débora Soares / Fotos: Mario Palhares e Nico Nemer)

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