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3 curiosidades que você provavelmente não sabia sobre o medo de falar em público

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Por Eduardo Adas, sócio-fundador da SOAP

Por que trememos, suamos frio e ficamos nervosos em apresentações profissionais?

Falar em público é um dos maiores medos dos seres humanos. Em 2015, o jornal britânico Sunday Times entrevistou 3 mil pessoas no Reino Unido para ouvir os seus maiores receios. Falar em público foi a resposta de 41% dos entrevistados, superando a apreensão de ter problemas financeiros (22%) e até mesmo o medo da morte (19%).

Quando o nervosismo não atrapalha o desempenho da apresentação, não há problemas. Todos se preocupam, em certa medida, em ter uma boa performance. Até mesmo Steve Jobs, considerado um dos melhores palestrantes da história. Em 1978, quando soube que a entrevista que estava prestes a fazer seria transmitida para toda a cidade de Nova York, o empresário ficou tão nervoso que disse que vomitaria a qualquer momento.

O problema é quando a audiência percebe a voz trêmula, a suadeira, o tremor nas mãos, os gestos excessivos e os outros sintomas que denunciam o seu pavor. Inconscientemente, a mensagem que as pessoas recebem é a de que o apresentador está inseguro – e sua credibilidade pode ir por água abaixo.

Mas, afinal, por que o nosso corpo denuncia o nosso nervosismo?

O cérebro não distingue situações falsas de verdadeiras

O medo do desconhecido é um dos fatores que estão por trás do pavor de falar em público. Quando vamos falar para uma audiência que não conhecemos (às vezes, em um lugar que não nos é familiar), desde o início, o nosso cérebro começa a fazer “simulações imaginárias” de como será a hora H. Segundo os estudos da neurociência, o sistema nervoso não distingue situações falsas e verdadeiras. Então, se o apresentador imagina que o slide não vai abrir, que a audiência não vai se interessar pelo conteúdo e que tudo dará errado, já chegará estressado no dia da apresentação. Sem perceber, ele vai acreditar que isso é real e o seu desespero tende a ser ainda maior.

(Falsa) situação de risco

Imagine alguém que está prestes a se apresentar e se encontra no estado que acabamos de mencionar. O apresentador está completamente apavorado, pessimista e com medo do que os outros vão pensar. “Será que as reações serão positivas? E se eu falar alguma besteira?” são pensamentos frequentes. Nessa hora, aparece outro gatilho que “engana” o nosso cérebro. A nossa amígdala central, localizada na parte inferior do cérebro, identifica essas emoções como sinal de que você está em uma situação de risco. É como se nós voltássemos às nossas origens primitivas e o sistema nervoso disparasse um alarme falando que vamos morrer e temos que lutar pela sobrevivência (e, de fato, às vezes parece que vamos enfartar mesmo!). Quando isso ocorre, o nosso corpo reage fisiologicamente ao estresse.

Em 1915, o fisiologista americano Walter Bradford pesquisou sobre as respostas fisiológicas que surgem nos momentos de fortes emoções, como a fúria, a raiva e o medo. Ele descobriu alguns sintomas que surgem nos mamíferos: os batimentos cardíacos aceleram, as pupilas dilatam, as narinas se alargam, os músculos se enrijecem, a digestão cessa, entre outros sinais. O objetivo do organismo com tudo isso é aumentar a força da pessoa em momentos perigosos e decisivos. É como se ainda reagíssemos como nossos ancestrais, que precisavam sair correndo diante de um predador.

O sistema límbico e o controle das nossas emoções

Como não corremos risco de ser atacados por algum predador no meio da apresentação (ou pelo menos não na maioria das vezes), a atuação da amígdala cerebral e as suas reações são desnecessárias – inclusive, podem ser o nosso pior vilão em eventos importantes. O motivo pelo qual ela aparece quando não estamos correndo risco de vida é porque passamos boa parte do tempo no modo “emocional” do cérebro. O sistema límbico, responsável por comandar nossas emoções e comportamentos sociais, é quem ativa esse estado mental. Como consequência, as nossas atitudes são impactadas. Deixamos de pensar antes de agir e ativamos o modo “reativo”. Ou seja, nossas ações são mais instintivas do que racionais.

Para evitar esses sintomas nas suas apresentações profissionais, conheça as suas emoções. Se você está com medo, busque entender o que assusta você e se concentre no momento presente. Perceba que a sua mente está no controle do que você sente, seja seguro e o resultado positivo virá!

 

As opiniões e conceitos emitidos no texto [acima] não refletem, necessariamente, o posicionamento do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF) a respeito do tema, sendo seu conteúdo de responsabilidade do autor.

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