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Lições para construir uma carreira genial

Uma surpresa marcou o segundo encontro de mentoring do IBEF Jovem com Rogério Menezes, CFO para Brasil, Argentina e Chile da Smurfit Kappa Group: a presença de um convidado especial: Alessandro De Filippo, gerente de integração da multinacional. Além do sotaque italiano, um dos fatos que mais chamaram atenção sobre o convidado foi a sua idade: apenas 31 anos.

Rogério Menezes revelou então o motivo de Filippo ter sido convidado para o encontro. O mentor explicou que ao ler e avaliar os planos de carreira enviados pelos participantes – uma das “lições de casa” da última reunião – notou que a experiência internacional era uma meta comum para vários dos jovens. “A presença do Alessandro hoje ilustra na prática o que muitos de vocês estão almejando como ambição de carreira”, assinalou.

O evento teve duração de 4 horas, em pleno sábado, o que demonstrou o esforço e o interesse do grupo no assunto.

 Uma carreira genial – O jovem italiano possui um currículo impressionante. Em sua ainda curta carreira, Alessandro De Filippo já morou em cinco países e domina seis idiomas. Trabalhou para o governo italiano, multinacionais, conseguiu uma bolsa de estudos para uma das escolas de negócios mais prestigiadas da França (país onde conheceu sua esposa, uma brasileira) e até fundou uma startup no ramo de tradução.

Filippo contou que também arriscou muito ao longo de sua trajetória. Já disse “não” para a oferta de trabalhar diretamente com o CEO de uma grande empresa na Itália, e, em vez disso, optou por morar 1 ano em Paris bancando do próprio bolso. Tudo isso para seguir o sonho de uma carreira internacional. Arrependimentos? Nenhum. “O melhor investimento que vocês podem fazer, do ponto de vista financeiro, é em si mesmos”, afirmou o jovem executivo.

Hoje, como gerente de integração da Smurfit Kappa, empresa global líder no segmento embalagens de papel, Filippo desenvolve negócios estratégicos e assiste diretamente o CEO para a América do Sul. E ainda tem um longo caminho pela frente.

Boas práticas – A análise dos planos de carreira e currículos elaborados pelos participantes foi outro ponto alto do encontro. Rogério Menezes destacou as melhores práticas de cada um, e fez diversas provocações e sugestões construtivas sobre o que poderia ser melhorado.

Para os currículos, o mentor sublinhou como boas práticas: incluir um breve resumo sobre o seu perfil profissional; inserir um link para que os recrutadores possam ler as recomendações já escritas sobre o profissional (referenciar, por exemplo, sua página do LinkedIn); incluir foto no currículo (o tema divide opiniões, mas Rogério defende que a imagem ajuda a criar empatia); CV em inglês impecável; e, no máximo, currículo de até duas páginas.

Não faça: incluir informações falsas sobre cargos, na tentativa de “dourar a pílula”; abusar do “financês” e termos técnicos próprios da sua indústria, que poucas pessoas conhecerão; currículos longos (acima de duas páginas), iniciar o CV com informações sobre educação ou estágios. Em vez disso, privilegie as experiências profissionais que são mais relevantes para a seleção.

Para a elaboração dos planos de carreira, Rogério Menezes indicou: buscar o autoconhecimento (ter consciência de quais são seus pontos fortes e fracos); incluir metas pessoais (cuidar da saúde, ficar em forma); traçar uma estratégia para as ações que deverão ser postas em prática para alcançar o objetivo; considerar investimentos para melhoria das habilidades de comunicação; cultivar as relações de networking (entre no radar dos headhunters!).

Evite: metas irrealistas. Não dá para alcançar o topo da carreira executiva e de uma carreira acadêmica, por exemplo, ao mesmo tempo. Você terá que fazer uma escolha e se dedicar integralmente a esse objetivo.

Networking – “Qual seria a melhor forma de abordar um headhunter?”, perguntou um dos participantes. Foi então que o CFO frisou o lema: “networking é a arte de ser interessante sem ser interesseiro”.

“Sejam cuidadosos na hora de ‘vender’ sua imagem profissional. Ser percebido como uma pessoa interessante passa por vários aspectos: postura, habilidade de comunicação, maturidade, forma de apresentar seu currículo e de se aproximar das pessoas. A linha é tênue: excesso de marketing pessoal também pode atrapalhar”, aconselhou Rogério Menezes. Ele completou que existem recrutadores com estilo informal e também formal, então a melhor recomendação é usar o bom senso.

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Três conselhos que valem ouro – Na última parte do encontro, Alessandro De Filippo compartilhou três grandes aprendizados de carreira com os participantes.

Busque o autoconhecimento – “É o ponto de partida. Não adianta você entrar em uma empresa só pela marca ou pelo dinheiro e depois se ver infeliz, fazendo um trabalho que não gosta. O melhor é escolher logo a coisa certa, fazer o que te dá paixão, onde você pode agregar valor e ter prazer com o trabalho”.

Abra os seus horizontes – “Em cada empresa você faz parte de um negócio. Procure entender qual o core business e o modelo de negócio da empresa em que você está”, disse Filippo. “Abrir horizontes não envolve apenas conhecer novas culturas e aprender idiomas, mas também estar disposto a fazer mudanças na carreira, ir para novas áreas”.

Rogério Menezes acrescentou que o entendimento do negócio (business understanding) é o que fará toda a diferença para que o profissional deixe de ser um mero executor para tornar-se uma pessoa-chave na estratégia da companhia.

Tome riscos – “Arrisque para realizar as coisas que são um investimento em você. Se você tem autoconhecimento e acredita em si mesmo, você pode tomar riscos”, destacou Alessandro De Filippo. Ele encerrou com uma das frases que mais marcaram sua experiência: “O maior risco é não tomar nenhum risco”.

Rogério Menezes completou: “O risco deve ser sempre calculado, mas é preciso arriscar. Se não, você pode travar sua carreira”.

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