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Um marco para o setor de concessões no Brasil: Ponte Rio-Niterói

Marcello Guidotti é diretor de finanças e relações com investidores do Grupo EcoRodovias.

Pela primeira vez no país, um trecho de concessão rodoviária passou por um segundo leilão. A Ponte Presidente Costa e Silva, mais conhecida como Ponte Rio-Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, foi repassada à iniciativa privada há 20 anos e agora, no próximo dia 01 de junho, passará a ser operada por nosso Grupo.

Mais do que um marco para o setor de rodovias, o leilão realizado no dia 18 de março foi considerado por todos, empresas do setor, governo, entidades e usuários como um importante passo para o desenvolvimento do Brasil.

O leilão confirma ainda a validade do modelo definido pela Lei de Concessões 8.987/95, que também completa 20 anos. Além disso, serve para reforçar a importância da iniciativa privada para o desenvolvimento, ampliação e modernização da infraestrutura no país.

Afinal, serão cerca de R$ 1 bilhão investidos nos próximos cinco anos visando à eliminação de gargalos e melhorias para os usuários da ponte. São obras como ampliação da praça de pedágio, construção de mergulhão do lado de Niterói, passagem subterrânea sob a Praça Renascença, também em Niterói, uma alça de ligação do sistema rodoviário à Linha Vermelha e melhorias na Avenida Portuária, entre outras inúmeras intervenções. Isso é apenas em um ativo.

 Opções para a iniciativa privada investir devem aparecer, apesar do cenário macroeconômico

No total, segundo dados da Associação Brasileira de Concessionária de Rodovias (ABCR), nos contratos de longo prazo do setor já estão assegurados investimentos de R$ 55 bilhões nas rodovias concedidas, nos próximos cinco anos.

Os números devem ser ainda significativamente maiores se confirmada a expectativa da iniciativa privada e as sinalizações da presidente Dilma Rousseff de lançar, já nas próximas semanas, mais uma rodada de leilões para quatro trechos de rodovias: a BR-163, entre o Mato Grosso e o Pará; a BR-364, que segue de Goiás para Minas Gerais; a BR-364, a partir de Mato Grosso até Goiás; e um eixo no Paraná, ligando as BRs-476, 153, 282 e 480.

Esses trechos, juntamente com a Ponte Rio-Niterói, somam cerca de 2.625 quilômetros de rodovias. Número bastante significativo.

As expectativas da iniciativa privada não param por aí. Há ainda a promessa que o governo federal lance, em médio prazo, a concessão de três aeroportos (Porto Alegre, Salvador e Florianópolis) e da Ferrovia Norte-Sul.

Além disso, outro ponto importante é que, enfim, após cerca de um ano e meio de discussões e diversos adiamentos, o Tribunal de Contas da União (TCU) autorizou o governo a publicar os editais para o arrendamento de áreas nos portos do Pará e Santos (SP), o que deve acontecer em breve.

Ou seja, opções para a iniciativa privada investir e apresentar um bom retorno para a população devem aparecer, apesar de todo o cenário macroeconômico que se desenha no Brasil.

A Ponte Rio-Niterói, que continuará a sua trajetória de ótima gestão iniciada pelo operador precedente, foi apenas um primeiro passo importante. Esperamos que seja o primeiro de muitos, para que outras concessões venham e ajudem o Brasil a crescer e a minimizar os seus gargalos.

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