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O executivo de finanças como business support

CARREIRA

 

Por Ricardo Rocha, gerente executivo da Michael Page.

 

A atual conjuntura econômica brasileira vem desafiando todas as empresas a melhorarem a eficácia de suas estruturas organizacionais, principalmente, no que tange os processos e controles dentro das áreas de negócios. A palavra de ordem não é simplesmente cortar, mas repensar estas estruturas de forma a torna-las mais eficientes e integradas.

Para compreender os impactos práticos, é preciso retroceder um pouco no tempo e analisar o papel da área financeira em décadas passadas. O departamento financeiro sempre carregou a imagem de ser uma área exclusivamente de back office, com grande foco em redução de custos e gestão das rotinas financeiras e de orçamentos.

Em relação à tomada de decisões e planejamento de médio e longo prazo, costumava ter um papel mais reativo, de trabalhar sob demandas específicas de outras áreas e, por isso, sempre foi cobrada para se envolver mais na parte estratégica.

Foi então que algumas empresas de vanguarda, principalmente, multinacionais dos setores de bens de consumo e farmacêutico, passaram a colocar profissionais financeiros nas áreas de negócio, o que se mostrou uma relação simbiótica extremamente benéfica para ambos os lados. Enquanto a área de finanças passou a ter maior controle e análise de indicadores sobre os demais setores da organização, estas companhias, por sua vez, passaram a tomar decisões muito mais embasadas em números, orçamento, rentabilidade e viabilidade.

Foram diversos os cargos criados desde então: Supply Controller, Sales Finance Manager, Marketing Controller, Pricing Manager com background em Tax. Já vi até na área jurídica a figura do Legal Controller! E mais do que uma simples nomenclatura de função, o grande benefício que estes profissionais trouxeram foi cultural, mostrando que a interação e troca entre as áreas proporciona maior envolvimento com a causa e compromisso com a execução, uma vez que objetivos e responsabilidades são compartilhados e geram melhores resultados.

E este pioneirismo da área financeira, iniciado em meados da década passada, passou a ser replicado por outras áreas corporativas (como por exemplo o Business Partner de recursos humanos), fazendo com que a integração e interdependência entre os departamentos seja um dos principais ativos que as organizações possuem para funcionarem com mais eficiência.

Então, qual é o perfil deste profissional financeiro moderno? Certamente, não serão apenas os requisitos técnicos que farão a diferença neste novo cenário. É fundamental desenvolver habilidades de relacionamento e soft skills em geral, com o intuito de compreender melhor a realidade das áreas e funções que irá dar suporte: comunicação verbal, poder de persuasão, liderança e trabalho em equipe são competências fundamentais a serem desenvolvidas por esse executivo.

Essa mudança no mind set costuma ser o maior entrave à garantia de excelência numa função de Finance Business Partner, pois, mais importante do que ter todos os números e indicadores na ponta da língua, é conseguir se relacionar e entender profundamente todos os stakeholders (internos e externos) da Business Unit ou área de suporte em que atuará.

Somente com o conhecimento profundo do mercado de atuação, concorrentes e fornecedores será possível gerenciar todas as informações que resultarão em um entendimento concreto do negócio, para aí sim, colocar em prática os diferenciais de uma visão mais financeira e estratégica.

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